A necessidade que a sociedade os seres sociais tem em
classificar fatos, acontecimentos, pessoas e conceitos, dentro de modelos
estabelecidos para distinguir as coisas, nos coloca em um ponto crucial do
desenvolvimento das estruturas de classificação.
Temos por principio nos distanciar e nos diferenciar daquilo
que em um primeiro momento não nos identificamos, ou seja, aquilo que não
somos. E se não somos” isso”, seremos certamente “aquilo” o que poderíamos
classificar no sistema dualista de oposto do que é, ou em um sistema binário o
que é 0 não pode ser 1.
Mas a existência de um está diretamente ligado ao outro, portanto são
complementares e legitimadores um do outro. O mundo em que vivemos está
repleto de exemplos mais simples para entendermos, o belo e o feio, claro e
escuro, amor e o ódio, o bom e o ruim, o profano e o sagrado, o sol e a lua e
daí por diante.
Feita essas constatações e essa pequena introdução levanto
aqui outra dualidade do sistema político brasileiro, dualidade essa perseguida
e construída pelo 2 maiores partidos no país o Partido dos Trabalhadores (PT),
que nos dias atuais se coloca no altar, na seara do “sagrado” e propaga para os
quatro cantos do mundo que tudo que existe de bom no país foi criado e só foi
possível graças a sua intervenção.
E neste mesmo movimento no qual se coloca no lugar “santo”,
empurra para o profano, o escuro, para a lua o PSDB que no entendimento dos
petistas representa o que existe de mais atrasado, e responsável pelas piores
mazelas da democracia brasileira.
Esse é um movimento quase natural e inconsciente que todos
nós fazemos e o pior nos deixamos influenciar
por tal visão dualista, mas é preciso aqui fazer uma observação
criteriosa, no Brasil vivemos em um sistema de representação política
pluripartidária e não bipartidária, um sistema de coalizão governamental, onde
maiorias precisam ser construídas e essas maiorias dentro do universo do macro,
guardam particularidades que nem sempre podem conservar essa maioria em todos
os casos e momentos.
Chego aqui a um ponto que acredito ser crucial dentro desta
briga de “egos” entre PT e PSDB, o resultado dos avanços no Brasil nos 8 anos
de FHC em outros 10 anos de PT não foram construídos só por esses dois partidos,
e os retrocessos também não foram construídos somente por eles também.
Mas essa disputa inconseqüente entre eles trás sim o
retrocesso, quero relembrar aqui que o conduziu o governo de FHC a um programa
neoliberal foi exatamente sua aliança preferencial com o PFL (atual e
desidratado DEM) que se tornou o hoje governista PSD, aliado ao PMDB hoje a
principal força de sustentação do governo Dilma.
Os principais escândalos do governo atual e do passado
tinham em comum a presença do PMDB em temas centrais destes acontecimentos, e
para essa colocação a explicação é simples dentro da dualidade das estruturas
tanto PT como o PSDB apresentam o discurso da governabilidade para justificar
tais alianças fisiológicas com PMDB e as posições ideológicas liberais com PFL,
DEM, PSD.
O PT repete os caminhos traçados pelo PSDB no passado em
nome não apenas da governabilidade, da condução de um governo comprometido com
as reformas estruturais necessárias ao desenvolvimento econômico e social do
Brasil, o caminho traçado é o da manutenção do poder e para tanto a aliança
estabelecida com o PMDB e outras forças que não tem compromisso com o povo
brasileiro inviabiliza qualquer reforma que mude circunstancialmente as bases
da pirâmide da desigualdade no país.
Para quebrar esse discurso dualista e que só faz mal ao país
o Partido Socialista Brasileiro, não se apresenta como a luz que vai iluminar o
novo mundo, ou trazer bases jamais sonhadas ou planejadas. Ao contrário o PSB
se apresenta como o novo porque entende que o seu papel não é o de julgar quem
é bom ou ruim, sagrado e profano, o sol ou a lua, seu papel é o de celebrar
junto às forças progressistas e populares da política brasileira a união em
prol de um projeto maior e que sem os vícios e disputas contaminadas podem
ajudar a transformar a realidade não só do povo, mas da forma de fazer a
política no pais e assim alcançar as sonhadas reformas que verdadeiramente vão
trazer a emancipação social e política do povo brasileiro.
O PSB já provou ser capaz de conduzir e realizar esse papel
em capitais importantes como Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, João Pessoa,
Natal e recentemente em Recife, Fortaleza. Nos Estados governados pelo PSB isso
é ainda mais visível, Paraíba, Pernambuco, Ceara, Espírito Santo, Amapá e Piauí
onde o que se pode ver é que as disputas partidárias se dão apenas nas eleições
e passado esse momento nos voltamos para aqueles que mais precisam de nós o
POVO.
A certeza que o PSB é capaz de reorganizar as verdadeiras
forças progressitas e populares em favor da população, nos coloca a tarefa de
não deixar que o debate eleitoral e oportunista das forças liberais e
reacionárias travem novamente um debate entre o bem e o mal, tentando
descredenciar o PSB daquele que tem sido o papel primordial e histórico que é o
de protagonista na política e nos grandes temas de debate nacional, avante
socialistas, a tarefa agora é a de trazer os companheiros de volta ao projeto
de emancipação do povo brasileiro e de combate aos que fazem a política pelo
puro e simples exercício do poder.
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