E agora José, O que fazer?

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As recentes manifestações da população brasileira abalaram as estruturas do país isso é inegável, mas para efeito prático temos o dever de ir mais a fundo e analisar o que significa esse “abalar das estruturas”, o primeiro momento votações recordes na Câmara e Senado, ações observadas por toda a população, medidas adotadas pelo Governo Federal que se mostraram desesperadas e sem efeito, plebiscito, mini constituinte, PEC dos médicos e uma a uma foram derrubadas e rechaçadas pela população e pela base do próprio governo.
Tais medidas desesperadas demonstram a falta de planejamento estratégico e formulações de políticas públicas que o Brasil tanto precisa, um papel que é de responsabilidade do poder central, pois ele detém a maior concentração dos recursos vindo dos impostos pagos pelo povo, mas o que assistimos é que pouco a pouco, a comoção, o medo e a mobilização da classe política aqueles que deveriam demonstrar o “compromisso” com o povo, já acreditam que tudo não passou de uma “marolinha” e a certeza de que tudo continuará da mesma forma e o  cotidiano será aquele das velhas práticas.
Diferente de países com tradição em grandes manifestações e revoluções reais, o nosso Brasil carece de pessoas que realmente se comprometam com as mudanças e que cheguem as ultimas conseqüências para que elas ocorram, pois não existem transformações sem alteração de classe dirigente, não existe compromisso popular, sem participação popular, não existe justiça social e distribuição de renda, sem que as grandes fortunas sejam taxadas, e não existe democracia sem partidos políticos de verdade e é nesse ponto que vou me deter um pouco, pois a nossa democracia esta cheia de representações vazias de conteúdo e compromisso.
                Nossas instituições têm uma herança colonialista terrível, formada por grupos que cerceiam a participação popular e visam apenas os seus interesses mais próximos, acerca deste ponto o Professor Roberto Bitencourt da Silva diz:
                “A trajetória da política brasileira, em função do peculiar processo da nossa formação social, sempre conviveu com sérias dificuldades para a criação de partidos nacionalmente fortes. Não raro, o que prevaleceu, como ainda facilmente se pode constatar, é o facciosismo travestido de partido político. Os interesses dos clãs familiares, das lideranças regionais e dos chefes de plantão sempre superaram a preocupação em se criar partidos sólidos, movidos por interesses de alcance coletivo e não pessoal.”
                A contribuição do professor Bitencourt é mais do que atual, e as movimentações e manifestações que acompanhamos no Brasil foram exatamente um repúdio a esse tipo de prática que não encontra no conjunto da população respaldo, mas uma imensa insatisfação do povo que foi manifesta com grande força no mês de junho, mas os políticos que exercem mandatos estão com seus ouvidos tapados, exceto aqueles que sempre estiveram ao lado do povo, mas no geral o povo foi ludibriado com algumas movimentações momentâneas, com propostas vazais e sem viabilidade, e aos poucos as coisas voltam à normalidade apática que tanto os favorece.
                Os partidos políticos que foram os alvos dentro das manifestações e seus militantes foram em alguns momentos até agredidos, o foram por serem os representantes mais próximos desta classe de políticos que operam essa indiferença aos anseios do povo, lá da ilha federal chamada Brasília.
                 Falam em reformas e que a reforma política seria a mãe de todas as reformas, mas com diz o livro mais lido da história da humanidade a bíblia: “A fé sem as obras é morta”... E neste contexto digo que não existe reforma política no âmbito das instituições, se os partidos políticos não se reformarem, partidos que existem de forma cartorial, sem representação social, sem inserções nos movimentos sociais que sobraram e resistiram a cooptação do aparato do estado, que não produzem pensamento acerca das questões que influenciam a sociedade e muito menos dialogam com a população.
                O que vemos atualmente são instituições que participam de eleições e almejam o poder, o que é legitimo, pois essas são funções de partidos, agora precisamos ser críticos e muito críticos quando um partido é orientado única e exclusivamente por essa ação, Taís práticas pode ser usada em alguns momentos como táticas e estratégias específicas e não como uma política permanente.
                Visando equilibrar essa balança a Fundação João Mangabeira seção de São Paulo, vem realizando oficinas regionais que com muito êxito tem fomentado a discussão sobre políticas públicas, percorrendo regiões importantes do Estado e pretende ao fim de todo esse processo contribuir com um verdadeiro pensamento e formulações a cerca das políticas públicas, debatidas com militantes, vereadores, segmentos organizados, gestores dos mais diversos órgãos e na busca incessante pelo debate e a participação coletiva, afinal somos um partido que defende a radicalização na participação popular e democrática, e é exatamente por defendermos isso que nós do PSB do estado de São Paulo temos a obrigação de radicalizar e praticar no nosso quintal tal participação.

                Teses sempre defendidas pelo coletivo socialista paulista são as inspiração para esse acontecimento em nosso estado, a tese Pelas Bases o Partido Cresce, Pelas Bases o PSB se Fortalece foi e continua sendo uma tese que inspira as movimentações que ocorrem e fortalecem os projetos desenvolvidos pela militância socialista e os dirigentes no Estado de São Paulo e também no plano nacional, e acredito que a grande aceitação de todo este trabalho vem pela máxima que diz: “Juntos Somos Mais Forte, Porque juntos devemos e podemos Fazer Mais” Eduardo Campos presidente nacional do PSB.

Algo está mudando ou a história se repete?

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Algo está mudando na sociedade não é mesmo? O que precisamos entender é o que muda? E para onde essas mudanças vão nos levar? Para tanto tenho lido, refletido, acompanhado o posicionamento de sociólogos, cientistas políticos, jornalistas e aqueles que se debruçam para compreender os acontecimentos dentro da nossa sociedade.
Como estudante de Sociologia, acompanhei e tenho ido às manifestações, certo de que o movimento que toma conta das principais cidades do país é algo histórico.
O movimento que iniciou e capitaliza aquela que foi a principal bandeira das manifestações o (MPL) Movimento Passe Livre, tem nas suas posições uma luta mais do que justa, fundamentada em números e na realidade daqueles que se utilizam dos transportes precários e caros nas cidades brasileiras, a luta pela redução das tarifas mobilizou uma parcela daqueles já conhecidos movimentos políticos e sociais, e dentre eles alguns partidos que sempre foram favoráveis as causas populares, acostumados a tomar pancadas, bombas de gás, balas de borracha e toda a truculência já conhecida e que ficou mais evidente na ultima quinta feira 13/06, na Rua da Consolação, isso ainda é resquício de uma ditadura que permanece viva nos pequenos detalhes da nossa sociedade, mas será que são só esses os resquícios?
Um país com um pouco mais de 25 anos de democracia, tem em suas entranhas muitas posições simpáticas as causas conservadoras e de culto a ação dos militares, acompanhar as manifestações nestes dias é algo que contagia, arrepia e que sempre lutamos, para que o povo assumisse o papel de protagonista nas lutas sociais e na busca pela sua emancipação.
Mas como todo movimento de massa, algo que começa com uma reivindicação justa pela redução das passagens, toma dimensões que não imaginávamos e outras bandeiras tomam conta das manifestações, resultados da deficiência no processo representativo dos nossos parlamentares, que vivem numa ilha da fantasia, isso mesmo digo ilha da fantasia, por que acreditam que a política se faz só com o dinheiro, comprando votos, alugando legendas e se aproveitando da até então passividade do povo brasileiro, que agora clama que o “Gigante Acordou”, pedindo por uma saúde de qualidade, uma educação de qualidade, transporte de qualidade, segurança e contra a impunidade.
Assisti nesses dias as pessoas repudiarem partidos e movimentos que iniciaram essas manifestações, é um absurdo o que fazem, dizendo que o movimento não tem partido, digo-lhes o movimento é um partido, tomou partido, mas antes de tudo precisa tomar o partido do povo, povo que sofre nos SUS, nas escolas públicas e na exclusão social causada pela falta de acesso ao transporte caro e sem qualidade, o que vi nesses dias e louvo, é a participação de todos, mas não posso ficar calado ao ver pessoas gritando contra aqueles que saíram da condição de miserabilidade em que viviam, atendidos por programas de transferência de renda, a repressão aos partidos identificados com a causa popular, entendo que essas manifestações precisam ter um caráter progressista e que sirva ao conjunto da sociedade, não querem caracterizá-la como partidária e penso que nenhum partido, sindicato ou movimento possa mais se apropriar dela e isso basta para que ela possa incluir a todos e não excluir como tenho visto em alguns momentos, um processo não de despartidarização  ao contrario é um processo de despolitização extremamente perigoso no meu entender, pois como já disse somos uma democracia jovem e com instrumentos de representação a serem aperfeiçoados e sim precisamos melhorar e muito, acabar com o feudalismo político, com os fidalgos que infestam o nosso congresso, renovar é preciso, aperfeiçoar os mecanismos é preciso, os partidos são instrumentos a serem aperfeiçoados e isso acontece com a participação e não com a exclusão deles, quem deseja excluir representação popular é a ditadura não o povo.
Os partidos e movimentos sociais precisam olhar pro seu interior e reavaliar o porquê é rechaçado nas manifestações, seria por que não representam mais o dialogo com a sociedade, ou seria por que se deixaram cooptar pelos privilégios do poder? E por que a maioria ainda não se posicionou, salvo algumas juventudes partidárias?
Esse movimento tem que ter posição, e precisa ser reafirmada e precisa estabelecer diálogos com os representantes que nós elegemos, e se não gostamos deles, achamos que não nos representam direito que os troquemos nas eleições, essa luta precisa sim ter uma pauta de reivindicações definida e o respeito às instituições que com lagrimas e sangue conquistamos precisa ser preservado.

Não somos massa de manobra, muito menos rebeldes sem causa !!!




Educação Privilegiada ou Privilégio dos educados?

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A fala da recém eleita Presidente da UNE Virginia Barros para a Folha de São Paulo, só reforça minha convicção sobre a questão da educação superior no Brasil, segundo ela o governo da Presidenta Dilma é omisso em relação ao ensino superior privado, permitindo a entrada de capital estrangeiro e não dando a devida atenção nem a regulamentação necessária para a questão.
Seria porque os consumidores da educação superior privada do país seriam em sua maioria, as pessoas de classe média, média baixa e os trabalhadores brasileiros?
Por que o ensino público superior é povoado pela elite burguesa que em quase sua totalidade não se utiliza do ensino público de base, que não é de qualidade e que não interessa para eles, Marx fala exatamente sobre esse privilégio em a Critica da Carta ao Programa de Gotha:
“... estabelecimentos de ensino «superior» que também são “gratuitos”, isso só significa de fato pagar às classes superiores os seus custos de educação a partir da caixa geral de impostos.
É exatamente por isso que acredito que o ensino superior público no Brasil é um privilégio das classes abastadas e instrumento de manutenção das estruturas de classe no país, o ensino público e gratuito para todos com qualidade, deve ser o da base, colocando em pé de igualdade todos aqueles que juntos formam a base de sustentação e formação da sociedade brasileira, o que ocorre hoje no Brasil é mais um dos vários privilégios que a burguesia tem. Aonde estudam os filhos da burguesia brasileira durante o ensino fundamental e médio (base)? Eles estudam nas melhores escolas particulares não é mesmo? E depois participam de um “vestibular” democrático... (kkkkkk... desculpe-me preciso ser sarcástico neste ponto), para que a sua entrada e seu privilégio de estudar com a conta paga pelos impostos de todos os brasileiros tenham uma roupagem mais legitima.
O que me deixa um pouco, para não dizer muito irritado é assistir os partidos ditos de “esquerda” fazerem uma defesa tão feroz sobre esse sistema de educação tão desigual.
É preciso coragem para enfrentar um ponto tão delicado, mas tão caro ao conjunto da sociedade, e algo ainda mais intrigante me incomoda, é ver militantes, trabalhadores e jovens fazendo uma defesa tão consistente do ensino superior público, mas nos moldes em que ele está hoje nem a sua décima geração fará uso e participará deste ensino. No Brasil a grande expansão do ensino superior se deu na esfera privada, e quem são os consumidores dessa educação? A classe média, média baixa, os trabalhadores, em sua maioria aqueles que trabalham o dia todo para a noite estudarem em estabelecimentos de ensino mal aparelhados, que não investem em pesquisa e extensão, são verdadeiros estabelecimentos de fabricar dinheiro, mas fiquemos tranqüilos que as universidades públicas estão ocupadas pela nossa elite burguesa, com os melhores mestres, doutores e com altos investimentos em pesquisa e extensão, e tudo com o seu o meu dinheiro e devidamente observados e cuidados pelo “nosso governo” não é mesmo Virgínia Barros a nova Presidente da UNE.
Todas as discussões sobre os investimentos na educação são válidas, mas falar sobre seriedade e prioridade de um povo é assegurar que esses investimentos sejam feitos a partir do dinheiro que temos hoje em caixa, e não sobre aquele que virtualmente vai entrar através do pré-sal, temos que ter a garantia de investimento é do conjunto dos impostos pagos pelo povo, o que vier do pré-sal e quando vier podemos investir em outras áreas e não ficarmos sonhando quando poderemos enfim investir aquilo que por obrigação deve ser uma prioridade de um país sério, que é a educação do seu povo, a verdadeira ferramenta de emancipação dele.

Sei que muitos ao tomarem conhecimento e lerem sobre a critica que acabo por fazer, muitos me chamarão de reacionário, militante da direita e todos esses chavões e adjetivos que os militantes de apostila costumam veementemente bradar a pulmões cheios, mas prefiro nesse ponto dialogar com o que disse o velho e nesse ponto atual camarada Marx.



Uma Nova Classe Média ou Nova Classe Trabalhadora? Eis a Questão !

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Analisar a situação das classes sociais brasileiras requer lançar mão de uma ou mais teorias clássicas, isso porque o desenvolvimento e complexidade das sociedades modernas vão além do que se pode compreender através de uma única teoria.


A divisão clássica de Marx pode ser sentida no âmbito da sociedade moderna, pois ainda podemos ver a composição desta mesma sociedade com os assalariados, que vendem a sua força de trabalho, os proprietários de capital, que vivem do lucro e os latifundiários que vivem da exploração da terra e do seu lucro (proprietários dos meios de produção).

Mas dizer que tal entendimento sobre as classes bastam para situar atual situação brasileira seria ignorar algumas das contribuições de pensadores que estudaram e se debruçaram sobre essas teorias, a fim de responder as demandas e complexidades da sociedade moderna.

 “Smith (1988) lança mão de um esquema de classe fundado na origem de rendimentos dos indivíduos que segmenta a sociedade entre capitalistas, proprietários de terra e trabalhadores, e Ricardo (1978) sustenta um esquema semelhante, que também utiliza os tipos de rendimento como critério de distinção das classes. Em ambos os casos, a fonte de rendimentos, é tratada como um indicador da função de cada individuo na sociedade, e essa função é usada como elemento explicativo da dinâmica econômica da sociedade.”

Os esquemas defendidos por Smith e por Ricardo levam em conta a origem dos rendimentos para que desta forma possa se classificar a que classe esse individuo é pertencente e desta forma podemos notar que a base usada para o esquema estratificação aqui é a divisão de classes contida na teoria marxista.
Lançar mão da base marxista de divisão de classes não significa conseguir de forma definitiva localizar na sociedade brasileira qual a posição da “nova classe média” de forma clara e objetiva.
Para tanto é necessário dialogar não só com a visão marxista, mas com a weberiana e ainda a bourdiesiana.

O esquema de Webber sobre a estratificação pode nos explicar um pouco sobre essa questão do pertencimento através dos rendimentos e da origem do capital acumulado.

Os indivíduos mais ricos da sociedade podem pertencer as “classes proprietárias positivamente privilegiadas”, formadas tipicamente por rentistas, e às “classes aquisitivas positivamente privilegiadas”, compostas por empresários e, em certas circunstancias, profissionais liberais e trabalhadores altamente qualificados (1991, p. 199-201).

Os trabalhadores liberais e altamente qualificados citados por Webber, no esquema marxista seriam classificados dentre aqueles que vendem sua força de trabalho, seja ela intelectual ou braçal, mas não poderiam ser classificados aqui como pertencentes às classes mais abastadas da sociedade.
O que reforça a visão de que as teorias clássicas separadamente não podem definir ou esgotar o tema sobre a divisão das classes e para contribuir um pouco com a análise em questão e nos ajudar a pensar a ascensão da “nova classe média” vejamos o que diz Pareto:

“Pareto argumenta que os homens são diferentes física, moral e intelectualmente, o que faz que todas as sociedades sejam essencialmente heterogêneas. As diferenças entre indivíduos estão na origem da distinção entre classes, mas essa distinção não implica uma separação rígida entre grupos, pois indivíduos circulam entre classes (Pareto, 1964, v. II, p. 527, §2025).”

Partindo da contribuição de Pareto podemos aqui dizer sobre a ascensão desta “nova classe média” que pelo imponderamento através do aumento real dos salários, pelos canais de financiamento, programas de transferência de renda, aumento do emprego formal fizeram com que surgisse uma “massa” que circula entre as classes ora podendo ser identificada em uma ou em outra classe, a separação rígida não existe nesse âmbito porque ela impossibilitaria a compreensão sobre as classes nas sociedades modernas.
Vejamos o que Bourdieu fala sobre essa mobilidade:

Bourdieu monta um esquema de classificação baseado em três dimensões – volume, composição e trajetória dos capitais econômicos e culturais – no qual não há fronteiras definidas de classe, exceto aquelas definidas pelos grupos ocupacionais institucionalizados.

Bourdieu faz uma abordagem sobre a circulação não só do capital econômico, sua composição e volume, ele trata sobre o que chamamos de capital cultural, que eleva o individuo a uma condição de emancipação intelectual, agrega valor a esse conhecimento intelectual, mexe no status quo do individuo, ele passa ter novos habitus e agregar um novo ciclo de consumo, além de buscar ainda sua formação intelectual através de cursos superiores, qualificando sua posição dentro de uma determinada classe social.

A chamada nova “classe média” brasileira é definida atualmente por parâmetros econômicos que leva em conta a renda familiar, e tais parâmetros não são consensuais entre todos os autores que atualmente escrevem sobre o tema, Jessé Souza não da por definida essa questão uma vez que levanta o questionamento se ela é uma “Nova Classe Média” ou é uma “Nova Classe Trabalhadora” e ele levanta essa questão por  ela não guarda as características da classe média tradicional, que no seu seio é classificada não só pelos seus hábitos, mas pelo que ela consome, pelas suas posições políticas e poderíamos ainda dizer que pela transmissão de herança que a mantém no status quo, de sua origem.

“Em O Capital Marx escreve que a divisão das fortunas das famílias determina, entre outros fatores, o numero de capitalistas na sociedade (Marx, 1975 livro I, p 726)”

E ainda para contribuir um pouco mais sobre essa consciência de pertencimento que é característico da Classe Média tradicional Pareto diz:

“... a elite não é apenas um estrato, ela constitui uma classe que se reconhece como tal e se esforça por manter sua posição...”

Dentre todos os esforços aqui apresentados para tratarmos sobre esse fenômeno brasileiro, que é a expansão desta “nova classe média” acredito que a teoria de Bourdieu é aquela que melhor compreende as complexidades internas, uma vez que não podemos estabelecer os limites que diferenciam as classes. A ausência de fronteiras definidas, a circulação de capitais econômicos e culturais, agregado ao movimento interno que é feito por esse conjunto de indivíduos na busca de uma condição melhor não apenas para si, mas também para seus herdeiros constitui uma visão mais abrangente sobre esse fenômeno, atualmente carecemos de ferramentas que vão determinar a classificação deste novo fenômeno, a consciência de pertencimento a essa “nova classe”, mas sem a negação da sua origem é uma das características mais contundente sobre a diferença entre essa a classe média tradicional e a nova classe média, a primeira se esforça para se emancipar para a condição de elite e se reconhece como tal, a segunda não nega seu capital de origem e ainda reafirma sua posição de emancipação a condição anterior e acima de tudo guarda laços com seu antigo status.

MOVIMENTO POR UM BRASIL SOCIALISTA

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Quando debates sobre os rumos da Nação são colocados em pauta, algumas organizações têm como missão principal a de se colocar em posição de vanguarda e de sair em defesa de seus projetos, ideais, que por vezes são utópicos, mas, no entanto, sempre são norteados por sentimentos legítimos e, por este motivo, não podem ser taxados de omissos na defesa dos seus propósitos.
O dia 17 de abril de 2010 propõe um novo marco para os segmentos do PSB. Em reunião na sede estadual do PSB em São Paulo fez-se o lançamento do Movimento "Por Um Brasil Socialista" que propõe que o Partido Socialista Brasileiro tenha candidaturas próprias ao Governo Federal, bem como nos Estados. É largamente sabido que os movimentos que nascem por intermédio do debate interno e da defesa das ideias sempre geram frutos que só contribuem para o engrandecimento do Partido. Foi possível ver isso ocorrer com o nascimento do Movimento Luta e Esperança, que levou o PSB da Capital de São Paulo a trilhar novos rumos, que hoje geram os melhores frutos que se podiam esperar. E uma vez mais em reunião realizada pela Juventude Socialista Brasileira do Estado de São Paulo e com a participação de vários dirigentes do PSB de todo o Estado, dirigentes sindicais, das mulheres, vereadores e ainda com integrantes do Núcleo de Formação Política da Fundação João Mangabeira no Estado de São Paulo (NUFORP), nasceu o Movimento Por Um Brasil Socialista!
Com um debate acalorado e na defesa dos ideais do socialismo democrático e da liberdade plena das ideias, o Movimento vem a público defender e propor que se mantenha a candidatura do Deputado Ciro Gomes à presidência da República Federativa do Brasil, por entender que o PSB hoje tem o escopo de ser uma forte alternativa política neste país, tendo, inclusive, um projeto nacional e ser implantado. Ademais, o PSB hoje reúne não só melhores condições do que o PSDB em 94 e o PT em 2002, em razão de termos hoje em dia mais governos, prefeituras, vereanças, e, sobretudo, uma maior organização interna e uma forte convicção militante do que ambas as siglas quando conquistaram o Palácio do Planalto, e se não bastasse todos esses fatos temos quadros experientes, competentes, com bases sólidas na defesa do projeto nacional. Declara-se, portanto, que os segmentos do Partido em São Paulo apóiam irrestritamente a candidatura Ciro Gomes à Presidência da República.
Companheiro Ciro Gomes, o Movimento Por Um Brasil Socialista entende que “O Sonho não acabou”! Veementemente somos contrários a ausência de candidatura à presidência e não ficaremos inertes ante uma postura contrária a este propósito. Não somos uma mera aglomeração: somos um Partido com mais de 60 anos de História! Com mentes brilhantes que se debruçaram sobre as questões nacionais e deram robusta contribuição ao pensamento político brasileiro: Sérgio Buarque de Holanda, Antônio Cândido, Miguel Arraes, João Mangabeira, Evandro Lins e Silva e muitos outros marcaram a trajetória deste Partido e deste País com suas ações e seus escritos. Por estas razões acredita-se que o Partido Socialista Brasileiro precisa dar a opção aos seus militantes em todo o país de digitar o número 40 nas urnas, e ainda mais ao Povo Brasileiro, que merece a oportunidade de conhecer nossas idéias e projetos e sair da mesmice (que se retrata nos intentos plebiscitários da disputa eleitoral que se aproxima), de continuarmos a fazer a defesa do Partido Que Sabe Governar: exemplos disso temos o Estado de Pernambuco liderado por nosso saudoso presidente Eduardo Campos, um Estado que cresce acima da média de todos os Estados brasileiros, a exemplo do Estado do Ceará, do Rio Grande do Norte, da prefeitura de Belo Horizonte e também de um dos exemplos de renovação no modelo de gestão que é a Prefeitura de São Vicente, cujo prefeito e agora deputado federal Márcio França, são exemplos que nos fortalece e nos dão convicção para lutar e buscar o espaço que o PSB anseia em ter! Em sua grande maioria essas vitórias foram do povo, todavia, foram conquistadas contra grandes máquinas que não queriam deixar esses projetos se concretizarem, mas contrariamos, resistimos, persistimos e por fim vencemos, e assim concluímos: o PSB vencerá novamente!
O Movimento Por Um Brasil Socialista defende que o PSB tenha candidaturas para governador, senador e chapa completa para Deputados estadual e federal em todos os Estados. O projeto que defendemos é o de um país soberano e que dê igualdade de oportunidades aos seus jovens, trabalhadores, mulheres, negros, índios, a ricos e pobres, ou seja, para que todos possam sem restrições fazer suas opções livremente, e por isso, chamamos o PSB para o debate com suas bases e para que juntos tomemos a melhor decisão para apresentar ao povo brasileiro.
Vamos todos juntos construir um projeto nacional Por Um Brasil Socialista!
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O Dualismo Eleitoral no Brasil, a Quem Serve ?

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A necessidade que a sociedade os seres sociais tem em classificar fatos, acontecimentos, pessoas e conceitos, dentro de modelos estabelecidos para distinguir as coisas, nos coloca em um ponto crucial do desenvolvimento das estruturas de classificação.

Temos por principio nos distanciar e nos diferenciar daquilo que em um primeiro momento não nos identificamos, ou seja, aquilo que não somos. E se não somos” isso”, seremos certamente “aquilo” o que poderíamos classificar no sistema dualista de oposto do que é, ou em um sistema binário o que é 0 não pode ser 1.

Mas a existência de um está diretamente ligado ao outro, portanto são complementares e legitimadores um do outro. O mundo em que vivemos está repleto de exemplos mais simples para entendermos, o belo e o feio, claro e escuro, amor e o ódio, o bom e o ruim, o profano e o sagrado, o sol e a lua e daí por diante.

Feita essas constatações e essa pequena introdução levanto aqui outra dualidade do sistema político brasileiro, dualidade essa perseguida e construída pelo 2 maiores partidos no país o Partido dos Trabalhadores (PT), que nos dias atuais se coloca no altar, na seara do “sagrado” e propaga para os quatro cantos do mundo que tudo que existe de bom no país foi criado e só foi possível graças a sua intervenção.

E neste mesmo movimento no qual se coloca no lugar “santo”, empurra para o profano, o escuro, para a lua o PSDB que no entendimento dos petistas representa o que existe de mais atrasado, e responsável pelas piores mazelas da democracia brasileira.

Esse é um movimento quase natural e inconsciente que todos nós fazemos e o pior nos deixamos influenciar  por tal visão dualista, mas é preciso aqui fazer uma observação criteriosa, no Brasil vivemos em um sistema de representação política pluripartidária e não bipartidária, um sistema de coalizão governamental, onde maiorias precisam ser construídas e essas maiorias dentro do universo do macro, guardam particularidades que nem sempre podem conservar essa maioria em todos os casos e momentos.

Chego aqui a um ponto que acredito ser crucial dentro desta briga de “egos” entre PT e PSDB, o resultado dos avanços no Brasil nos 8 anos de FHC em outros 10 anos de PT não foram construídos só por esses dois partidos, e os retrocessos também não foram construídos somente por eles também.

Mas essa disputa inconseqüente entre eles trás sim o retrocesso, quero relembrar aqui que o conduziu o governo de FHC a um programa neoliberal foi exatamente sua aliança preferencial com o PFL (atual e desidratado DEM) que se tornou o hoje governista PSD, aliado ao PMDB hoje a principal força de sustentação do governo Dilma.

Os principais escândalos do governo atual e do passado tinham em comum a presença do PMDB em temas centrais destes acontecimentos, e para essa colocação a explicação é simples dentro da dualidade das estruturas tanto PT como o PSDB apresentam o discurso da governabilidade para justificar tais alianças fisiológicas com PMDB e as posições ideológicas liberais com PFL, DEM, PSD.

O PT repete os caminhos traçados pelo PSDB no passado em nome não apenas da governabilidade, da condução de um governo comprometido com as reformas estruturais necessárias ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, o caminho traçado é o da manutenção do poder e para tanto a aliança estabelecida com o PMDB e outras forças que não tem compromisso com o povo brasileiro inviabiliza qualquer reforma que mude circunstancialmente as bases da pirâmide da desigualdade no país.

Para quebrar esse discurso dualista e que só faz mal ao país o Partido Socialista Brasileiro, não se apresenta como a luz que vai iluminar o novo mundo, ou trazer bases jamais sonhadas ou planejadas. Ao contrário o PSB se apresenta como o novo porque entende que o seu papel não é o de julgar quem é bom ou ruim, sagrado e profano, o sol ou a lua, seu papel é o de celebrar junto às forças progressistas e populares da política brasileira a união em prol de um projeto maior e que sem os vícios e disputas contaminadas podem ajudar a transformar a realidade não só do povo, mas da forma de fazer a política no pais e assim alcançar as sonhadas reformas que verdadeiramente vão trazer a emancipação social e política do povo brasileiro.

O PSB já provou ser capaz de conduzir e realizar esse papel em capitais importantes como Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, João Pessoa, Natal e recentemente em Recife, Fortaleza. Nos Estados governados pelo PSB isso é ainda mais visível, Paraíba, Pernambuco, Ceara, Espírito Santo, Amapá e Piauí onde o que se pode ver é que as disputas partidárias se dão apenas nas eleições e passado esse momento nos voltamos para aqueles que mais precisam de nós o POVO.

A certeza que o PSB é capaz de reorganizar as verdadeiras forças progressitas e populares em favor da população, nos coloca a tarefa de não deixar que o debate eleitoral e oportunista das forças liberais e reacionárias travem novamente um debate entre o bem e o mal, tentando descredenciar o PSB daquele que tem sido o papel primordial e histórico que é o de protagonista na política e nos grandes temas de debate nacional, avante socialistas, a tarefa agora é a de trazer os companheiros de volta ao projeto de emancipação do povo brasileiro e de combate aos que fazem a política pelo puro e simples exercício do poder.