E agora José, O que fazer?

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As recentes manifestações da população brasileira abalaram as estruturas do país isso é inegável, mas para efeito prático temos o dever de ir mais a fundo e analisar o que significa esse “abalar das estruturas”, o primeiro momento votações recordes na Câmara e Senado, ações observadas por toda a população, medidas adotadas pelo Governo Federal que se mostraram desesperadas e sem efeito, plebiscito, mini constituinte, PEC dos médicos e uma a uma foram derrubadas e rechaçadas pela população e pela base do próprio governo.
Tais medidas desesperadas demonstram a falta de planejamento estratégico e formulações de políticas públicas que o Brasil tanto precisa, um papel que é de responsabilidade do poder central, pois ele detém a maior concentração dos recursos vindo dos impostos pagos pelo povo, mas o que assistimos é que pouco a pouco, a comoção, o medo e a mobilização da classe política aqueles que deveriam demonstrar o “compromisso” com o povo, já acreditam que tudo não passou de uma “marolinha” e a certeza de que tudo continuará da mesma forma e o  cotidiano será aquele das velhas práticas.
Diferente de países com tradição em grandes manifestações e revoluções reais, o nosso Brasil carece de pessoas que realmente se comprometam com as mudanças e que cheguem as ultimas conseqüências para que elas ocorram, pois não existem transformações sem alteração de classe dirigente, não existe compromisso popular, sem participação popular, não existe justiça social e distribuição de renda, sem que as grandes fortunas sejam taxadas, e não existe democracia sem partidos políticos de verdade e é nesse ponto que vou me deter um pouco, pois a nossa democracia esta cheia de representações vazias de conteúdo e compromisso.
                Nossas instituições têm uma herança colonialista terrível, formada por grupos que cerceiam a participação popular e visam apenas os seus interesses mais próximos, acerca deste ponto o Professor Roberto Bitencourt da Silva diz:
                “A trajetória da política brasileira, em função do peculiar processo da nossa formação social, sempre conviveu com sérias dificuldades para a criação de partidos nacionalmente fortes. Não raro, o que prevaleceu, como ainda facilmente se pode constatar, é o facciosismo travestido de partido político. Os interesses dos clãs familiares, das lideranças regionais e dos chefes de plantão sempre superaram a preocupação em se criar partidos sólidos, movidos por interesses de alcance coletivo e não pessoal.”
                A contribuição do professor Bitencourt é mais do que atual, e as movimentações e manifestações que acompanhamos no Brasil foram exatamente um repúdio a esse tipo de prática que não encontra no conjunto da população respaldo, mas uma imensa insatisfação do povo que foi manifesta com grande força no mês de junho, mas os políticos que exercem mandatos estão com seus ouvidos tapados, exceto aqueles que sempre estiveram ao lado do povo, mas no geral o povo foi ludibriado com algumas movimentações momentâneas, com propostas vazais e sem viabilidade, e aos poucos as coisas voltam à normalidade apática que tanto os favorece.
                Os partidos políticos que foram os alvos dentro das manifestações e seus militantes foram em alguns momentos até agredidos, o foram por serem os representantes mais próximos desta classe de políticos que operam essa indiferença aos anseios do povo, lá da ilha federal chamada Brasília.
                 Falam em reformas e que a reforma política seria a mãe de todas as reformas, mas com diz o livro mais lido da história da humanidade a bíblia: “A fé sem as obras é morta”... E neste contexto digo que não existe reforma política no âmbito das instituições, se os partidos políticos não se reformarem, partidos que existem de forma cartorial, sem representação social, sem inserções nos movimentos sociais que sobraram e resistiram a cooptação do aparato do estado, que não produzem pensamento acerca das questões que influenciam a sociedade e muito menos dialogam com a população.
                O que vemos atualmente são instituições que participam de eleições e almejam o poder, o que é legitimo, pois essas são funções de partidos, agora precisamos ser críticos e muito críticos quando um partido é orientado única e exclusivamente por essa ação, Taís práticas pode ser usada em alguns momentos como táticas e estratégias específicas e não como uma política permanente.
                Visando equilibrar essa balança a Fundação João Mangabeira seção de São Paulo, vem realizando oficinas regionais que com muito êxito tem fomentado a discussão sobre políticas públicas, percorrendo regiões importantes do Estado e pretende ao fim de todo esse processo contribuir com um verdadeiro pensamento e formulações a cerca das políticas públicas, debatidas com militantes, vereadores, segmentos organizados, gestores dos mais diversos órgãos e na busca incessante pelo debate e a participação coletiva, afinal somos um partido que defende a radicalização na participação popular e democrática, e é exatamente por defendermos isso que nós do PSB do estado de São Paulo temos a obrigação de radicalizar e praticar no nosso quintal tal participação.

                Teses sempre defendidas pelo coletivo socialista paulista são as inspiração para esse acontecimento em nosso estado, a tese Pelas Bases o Partido Cresce, Pelas Bases o PSB se Fortalece foi e continua sendo uma tese que inspira as movimentações que ocorrem e fortalecem os projetos desenvolvidos pela militância socialista e os dirigentes no Estado de São Paulo e também no plano nacional, e acredito que a grande aceitação de todo este trabalho vem pela máxima que diz: “Juntos Somos Mais Forte, Porque juntos devemos e podemos Fazer Mais” Eduardo Campos presidente nacional do PSB.